Sejamos francos, quantos de nós gostariam de atingir a plenitude? A felicidade divina, nunca mais ter resquício de dor ou grande problema? Acredito que a grande maioria.
Por isso, por essa busca incessante que sempre percorremos, é que surge uma questão: Poderíamos de fato alcançá-la? Em minha humilde opinião, sim. Pelas leituras e experiências espirituais que vivi, já tive pareceres positivos e negativos sobre a pergunta.
E é basicamente um fator que nos puxa para trás: nós mesmos. Acreditamos profundamente que não somos obrigados a nada, reclamamos sempre do nosso colega, dos nossos chefes, maridos, esposas, filhos, pais, mas sabemos reclamar de nós? Verdadeiramente culpar-nos, mudar-nos e nos perdoar? Somos, sim, autoindulgentes, justificamos nossas atitudes ruins e apontamos apenas as atitudes ruins alheias, reclamamos, mas somos mais lentos para a autocrítica.
Sim, devemos lutar pelas mudanças sociais, para que vivamos em um mundo, petit-à-petit, menos desigual. Para que todos tenham seu lugar ao Sol, porém, são dois processos complementares e distintos: a reforma interna e a reforma social.
Existem aqueles que estudam Karma e pensam como na Idade Média ainda, ou seja, que devemos aceitar a vida como ela é, pois assim merecemos. Não acredito nisso, mas não peço que concordem comigo, peço que reflitam comigo: todos nós temos um papel na existência e o papel é a reforma coletiva. Lógico que temos nossos débitos, nossas responsabilidades, mas o Sol retorna inexoravelmente. Em outras palavras, a vida nunca para. A melhoria nunca para. Os ajustes nunca param. Quando estivermos prontos, com o trabalho feito, não mais será preciso reencarnar, ou, ao menos, o nascimento será de pura luz. O que está longe de significar que devemos nascer e morrer do mesmo jeito, nas mesmas condições sem qualquer esforço.
Na astrologia, podemos entender quais os nossos caminhos, quais das diversas intrigas e problemas iremos vivenciar. Somos ou não somos programados? Repetimos apenas alguns papéis, nossas músicas contam os mesmos casos de amor e dor. Não temos tantas distintas estradas para percorrer. Cometemos os mesmos erros e acertos. Se pensarmos bem, não parecemos tão especiais, mas sim apenas um. Somos todos um neste caminhar. Temos tendências, mas o desenvolvimento do despertar, da consciência expande nossas possibilidades.
Então, enxergar, de fora, a nossa própria vida é desafio. Para acordarmos, é preciso entender a nossa realidade, quais erros performamos para, de fato, estarmos menos distantes do modelo divino de amor e luz.
De maneira alguma, acreditamos ser donos da verdade, somos buscadores, mas propomos uma perspectiva diferente. Nesta semana, depois da leitura, tente concentrar todas as suas reclamações em você mesmo, e perceba se a sua vida começa a ficar mais leve. Seguem alguns exemplo:
O barulho do meu ambiente de trabalho me irrita.
Busco uma sala para mim e penso se este ambiente é compatível comigo.
O meu marido não demonstra paixão:
O convido para tomar um vinho e olhar nos meus olhos.
Meu filho não me respeita, não faz o que eu peço:
Deixo de fazer as obrigações dele por ele e deixo a “bagunça ser criada até que ele cresça sozinho”.
Fui desrespeitado em meu trabalho:
Pergunto para o colega que me ofendeu se ele tinha a intenção de me ofender. Assim, ajusto com ele esse problema de comunicação e, se foi intencional, imponho limites e digo que não aceito este tipo de tratamento.
Não enxerguei nada de errado sobre mim:
Pergunte às pessoas ao seu redor o que você poderia melhorar, sem medo de se magoar, a melhor palavra amiga é aquela que nos ajuda a resolver nossos problemas mais escondidos e sem vontade de te destruir ou magoar.
Sejamos agentes das nossas boas vontades e também façamos nossa limpeza e reforma íntima.
Obra consultada:
Rijckenborgh, J. van. O Advento do Novo Homem. São Paulo: Lectorium Rosacricianum, 1981.
Obrigada pela clareza nas explicações.